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✪ Criando Um Roteiro - Parte 1 ✪


Olá a todos aqui é Odair Coelho novamente!
Desta vez trago a vocês, algo que deixa muita gente desanimada algumas vezes sim, outras não! Explicando, muita gente gostaria de criar suas próprias histórias e desenvolver seus roteiros, para em seguida desenhar sua tão esperada revista em quadrinhos. Mas acabam por desanimar e desistir, às vezes antes mesmo do meio do meio do caminho, isso devido a certas dificuldades para dar continuidade a história.
Pois bem, hoje trago a vocês dicas incríveis de como criar um roteiro, que servirá tanto para mangá quanto para comics. Da formulação das ideias iniciais ao desenvolvimento!
Tudo com base em um rico e amplo pacote de informações que adquiri, lendo a respeito de roteiros, histórias, como escrever livros e etc... (Mas isso não vem ao caso agora heheh).
Vamos deixar o papo furado de lado...
Estão preparados? Mesmo?
Então, vamos começar!
Antes de tudo, duas coisinhas fundamentais:
1ª - Nunca confie na sua memória. Sempre anote tudo que puder para poder ser usado mais tarde.
2ª - Não confunda roteiro com história, são coisas diferentes.
Fora do contexto: “Uma vez, peguei bronca de uma professora de língua portuguesa, porque descrevia a narração de contos como história – Ela dizia que o certo era estória, pois era algo fantasioso, algo imaginado e criado de minha mente – Mas, ela estava errada; o meu Aurélio atualizado diz o contrário...”.

INTRODUÇÃO
Como disse anteriormente, história e roteiro são coisas diferentes, apesar de em termos gerais serem bem parecidos, em termos técnicos são diferentes.
E não há nada melhor para você entender isso, do que ficar conhecendo o conceito de cada uma destas partes essenciais em uma revista em quadrinhos.
Prossigamos -

  • HISTÓRIA
História (do grego antigo ἱστορία, trand.: historía, que significa "pesquisa", "conhecimento advindo da investigação"), por metonímia, o conjunto destes processos e eventos.
No Aurélio, existem 17 resultados para definir história em seus mais variados campos, mas o que mais vai nos interessar são essas definições aqui:

9. Narração de acontecimentos, de ações, em geral cronologicamente dispostos:
A história das viagens do Capitão Cook;
A história de Napoleão.

10. Narração de fatos, acontecimentos ou particularidades relativas a um determinado assunto:
Como as Histórias do Rio Nilo;
Ou a longa e curiosa história de um casarão abandonado.

11. Conto, narração, narrativa:
E neste resultado é provado que minha professora estava equivocada ao me repreender. Olha o termo “Conto” ai mais acima!

12. Enredo, trama, fábula.

Entendeu o que é história?!

  • ROTEIRO
O roteiro é a forma escrita de qualquer espetáculo audiovisual, escrito por um ou vários profissionais que são chamados de roteiristas.
A descrição objetiva das cenas, sequências e diálogos entre as personagens do espetáculo são partes essenciais do roteiro. O roteiro é atualmente utilizado para espetáculos como cinema, teatro ou programas de televisão em geral.

Essa é a definição de roteiro e como puderam ver é diferente de história.
E para Revista em quadrinhos ou Mangá, a descrição objetiva das cenas, sequências e diálogos entre as personagens DA história são partes essenciais do roteiro. Já que é um documento narrativo, orientando o que será feito pelo desenhista. Dando-lhe indicações técnicas como: Posicionamento de quadros (Quadrinizarão), efeitos, ângulos, e ordem da ação!

  • EM PANOS GERAIS
Como vimos história é o conjunto de processos e eventos advindo de uma vasta pesquisa!

E roteiro é a ordem sequencial em que as cenas serão dispostas no papel (Explicando de um modo simples).

  • CRIANDO A HISTÓRIA
Para criar uma boa revista em quadrinhos, você precisará de uma boa história.
Muita gente começa sua história pelo titulo, pois acham mais fácil desenvolver depois que têm um titulo em mente.
Eu aconselho a não pensar em títulos ainda afinal, esta é uma fase de formulação.
Mas antes de criar a história vamos ficar conhecendo alguns termos que o ajudará a estruturar sua história.
  • OS TERMOS

TEMA: O que você quer discutir com o sua história. Aquilo que é de mais pessoal. O que você realmente acredita e quer passar para o mundo. Sua história é sua Tese. Prova-la discute seu Tema.

PROTAGONISTA: O personagem principal. O que mais sofre. O que mais aprende ou transforma o mundo ao seu redor. Aquele que valeu a pena ter passado por sua história.

TRAMA: As conexões lógicas entre cenas para que seu filme faça sentido. Causa-e-efeito de uma cena para a outra. Progressões da história em direção ao Clímax.

INCIDENTE INCITANTE: Também chamado de Disparo Dramático, é o catalizador da história. Algo acontece que vira a vida de seu protagonista de cabeça para baixo, afetando seus valores, seu mundo e/ou seus relacionamentos. Cria uma pergunta na cabeça da expectador/leitor que só será respondida no Clímax.

CLÍMAX: O maior risco e maior desafio pelo qual o Protagonista passa. O resultado é ele conseguindo ou não alcançar sua Meta. Acontece após o Protagonista completar seu Arco de Personagem.

RISCOS: O que o Protagonista tem a perder caso não resolva o problema causado pelo Incidente Incitante. É o que lhe é de maior valor pessoal e emocional.

ARCO DE PERSONAGEM: Quando o Protagonista percebe suas falhas ou supera suas cicatrizes psicológicas e consegue se transformar como pessoa ou o mundo a sua volta.

META: O objetivo de seu Protagonista, as vezes causado pelo Incidente Incitante. Deve ser digno de empatia.

FALHA DE PERSONAGEM: Valores negativos, características que causam problemas e impedem o Protagonista de atingir sua Meta. O que o personagem quer no começo da história é seu desejo consciente, porém não é o que precisa, que é seu desejo inconsciente. Ao aprender o que precisa, o Protagonista completa seu Arco de Personagem e supera sua Falha.

EMPATIA: A motivação do personagem de atingir sua meta deve ser clara e digna de empatia. Suas falhas e qualidades nos devem fazer torcer para que ele alcance seu objetivo e que temamos caso o que esteja em risco seja perdido. Mesmo um protagonista imoral ou antagonista tem motivos ou qualidades que causam empatia. (Empatia não significa simpatia! Ex: House e Taxi Driver).

CRISE: Geralmente acontece entre a metade da história e o começo do Terceiro Ato. É uma mudança de valores para o extremamente negativo ou o extremamente positivo, fazendo o Protagonista repensar seus atos, superar sua Falha e concluir seu Arco de Personagem. (Ou não!)

ATOS: A maior unidade dramática. Constituído de Sequências e Cenas. Em uma estrutura de 3 Atos, o Primeiro Ato apresenta o Protagonista e o Incidente Incitante, o Segundo Ato escala o conflito que o Incidente Incitante criou e o Terceiro Ato conclui o conflito e o Arco de Personagem, para melhor ou para pior.

BEATS: A menor unidade dramática. Dentro de cenas, cada ação que provoca reação ou mudança de valores é considerada um beat.

MISLEAD: Do inglês “enganar”. É uma ferramenta da narrativa cuja intenção é enganar o espectador/leitor.
Por exemplo: Quando a historia leva a crer que o assassino é uma pessoa quando na verdade é outra; ou quando o melhor amigo do herói revela se um traidor; ou quando um personagem morto anteriormente ressurge explicando como sobreviveu.
Isso é o mislead!

Agora você conhece alguns dos muitos termos de estrutura da história e está mais preparado para cria a sua.
Mas se acha que precisa de mais termos, esteja a vontade para conhecer mais deles no site abaixo:



Para criar uma história de revista em quadrinhos você não precisa escrever um livro, afinal à medida que o roteiro vai se desenvolvendo a trama da história vai se complementando.

O que você realmente precisa é cria a base da história divida em três atos:


Defina que tipo de história que deseja apresentar, o gênero dela.


Como por exemplo:
1. Terror
2. Fantasia
3. Aventura
4. Romance
5. Comedia
6. Ação
7. Policial
8. Ficção

Depois de definido o tipo de história, pense em que época se passará. Será no presente, passado, num futuro próximo ou distante? Terá fatos reais? Será um mundo alternativo ou o que?


Definido o período, é hora de partir para o Ambiente. Qual o mundo em que os personagens vivem? Isso deve estar bem claro, descrito de uma forma lógica para o espectador/leitor entendo de forma nítida.


Por isso, sempre busque referencias textuais e de imagens de cidades. Pesquise a história do local caso se passe no mundo real, ou escreva a descrição onde a sua história se passará, caso seja um mundo fictício. Saiba os costumes e hábitos da região. Estes DETALHES deixam o sua história mais viva e verossímil, de forma a empolgar os espectadores/leitores. Ou você acha que um personagem japonês vai falar para o outro: E ai mano?


Escreva sempre tendo em mente cada característica do seu Ambiente, quais locais o personagem irá viver ou frequentar, quais hábitos a população da história tem, tudo isso irá enriquecer cada vez mais sua história.


Mesmo que seja um roteiro simples de comédia, o mínimo do ambiente deve ser definido, para que não ocorram deslizes durante o desenrolar do enredo.


  • RESUMINDO 
Definir inicialmente:
Tipo de História: Ação, Aventura, Comédia, etc..


Ambiente da História: Japão, Brasil, EUA, Etc...


Época: Passado, Presente, Futuro, etc...


Costumes Gerais do Ambiente: Modo de falar, Vestimenta, Culinária, Etc...


Agora sim Você pode dar um titulo, para sua história. O titulo pode ser influenciado pela história ou não, pode ser o próprio nome do protagonista ou não... Para isso pesquise os vários trabalhos de seus artistas preferidos, suas histórias e nomes e por que deram esses nomes a elas.


Para que você tenha maior inspiração!


Obrigado a todos por terem lido, fiquem com Deus e até a próxima!



Ref.: Quadrinho e Arte Sequencial (Will Eisner), Narrativas Gráficas (Will Eisner), Segredos da Direção (Rumiko Takahashi),Manual do Roteiro (Syd Field), Wikipédia,A Arte do Roteiro (Michael Hauge), História&Roteiro (Thiago Fogaça), Como escrever um livro, narrando, explanando (Wikipédia...

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